Quando as meias são calçadas
Tive de passar manhã e tarde de chinelos, pois as meias quiseram assistir por mais tempo ao espetáculo das gotas de chuva entre as folhas e optaram por não secarem; até arrisquei apresentar um secador no 220V a um par antigo, mas se molharam no caminho, com tantas flores amarelas caídas na rua escura ao lado das quadras de tênis.Ao voltarmos, dois amigos encontrei nas escadas, com quem passara o dia no cenárico prédio da química em cálculos de mecânica dos sólidos. Meu lanche já estava comprado, vão com Deus.
Há pessoas imprescindíveis neste mundo, às vezes um andante (ou pulante) desinibido ou dois tímidos na mesa homens do canto da lanchonete, cujos trabalhos... Então você pode em paz e confortavelmente curtir a vida quão intensamente e mais a toda ansiedade pela aventura que lhe ferve quando as meias são calçadas.
Gabriele Sophie
Gabriele Sophie mora no 323 da Rua Suíça aos seus vinte e vinte mesmo anos de idoneidade e cacoetes... Chove muito por estes dias - depois de inverno tão seco - e a quarta-feira promete muita água. Nesse dia Gabriele estará não muito distante da Rua Suíça, porém longe de sua casa verdadeira, longe das preocupações acadêmicas e longe donde se podem saborear bolinhos sobre o cobertor antes do pôr-do-sol.
Com descrições já suficientes, contemos o que acontecera naquele dia.
A barra a direita sustenta uma carga P. Considerando os conceitos de flexão e torção, utilizando os critérios de Tresca e Von Misses e um coeficiente de segurança lambda igual a dois, determine os valores admissíveis. Mas essa barra tem vários eixos, polias engrenadas, indeterminações... Pode ser feita, isso, questão valendo três prontos; a segunda, sete pontos, citar dez jogos do super nintendo. Jogava MegaDrive. Em geral, encontramos três grupos quase equivalentes por aqui, os que jogavam Nintendo, os que jogavam MegaDrive e os que não jogavam. Mas aqueles primos, Mário, tem também o Zelda e aquele outro de corrida...
Mas professor, que injustiça, a segunda questão não deveria valer sete pontos! Prova às cinco da manhã? Escova os dentes, desce a escada, há homens de terno e chinelos lá em baixo. Olham para ela, por quê? Seguem a mesma direção.
Espera, eles esperam. "Um café, por favor". Viera turvo, fazendo umas curvas, olha a curva do café, com um ponto branco girando. E tudo escuro, exceto um pássaro branco, mas ela sai do escuro, pergunta se era um Pidgeot e se estava no nintendo, tenta calcular a flexão das asas, mas não conhece muito bem de sistemas dinâmicos, embora aprendesse algo sobre vida durante os onze dias que namorou Rodrigo.
Passa um homem saltitante brincando de equilibrista, parece criança. Mas e daí? Não vê problemas, ou melhor, vê problemas; mesmo sente, mas não se abala. Ele sabe, ele enfrenta, ele não se prejudica fisicamente, espiritualmente... Ele não se prejudica. Mas seria feliz? É feliz, este que só conhece a felicidade em todas as situações? Por que Gabriele Sophie se viu pensando nisso?
Homens, muitos homens, e aqueles de terno e chinelos também se levantam, corre para o estacionamento, mas eles vão para a mesma direção, esquece os carros, esquece que se esquecera de algo. Contudo, dois carros sobrepostos? Aguentariam? Talvez se a interação molecular fosse... Não, é apenas um único carro. E os dois homens que se aproximam, na guia, a grama, a rampa...
-Min.. mão?
Depois achou que viu uma garota de branco. Gabriele Sophie recebeu alta do hospital na manhã seguinte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário