-Se você tiver mesmo um carro lá em baixo eu te pego, garoto.
-Não, é só um atalho, jornalista.
-Como... como sabe?
-Lera minha camiseta, li a sua.
-Nossa.
-Foi pela camiseta, você nem sabe quem sou, apenas o mundo que frequento. Este homem, a subir a rampa trabalha com entregas de refrigerante, a profissão deve ser agradável. Muito prazer.
-Espere aí, vocês falam estranhos, são estranhos. Aposto que não tem uma namorada.
-Você tem uma fazenda?
-O quê?
-Nunca acordou se lamentando por não ter uma fazenda?
-E por que eu iria querer uma?
-Sentiria bem no campo, com animais e plantas.
-Eu tenho outras prioridades.
-Pois é. Eu não lamento por não ter uma fazenda. Mas aguardo, quem sabe um dia eu possa ter uma.
-Achei que tivesse.
-Não, é só a camiseta, ainda não sou rico, sou estudante.
-Mas já tem um carro lá em baixo?
-Não, só sairei pelo estacionamento, jornalista.
-Ainda não disse como sabes.
-Foi pela camiseta; além disso, você pergunta, mas se irrita em responder. Você não se lamenta em não ter fazenda?
-Que diabos você e essa tua suposta fazenda. Vocês complicam demais, por isso não conseguem uma namorada.
-E então?
-Então o quê?
-Vocês disputam de mais. Conseguir, conseguir o que? Não entendo os conflitos pelas coisas que podem ser suas com o devido tempo e devida dedicação; a palavra conquista tem várias feições, não?
-Feições?
-Sim, expressões opostas dependendo de como a consideramos.
-Quer saber o que eu acho? Vocês são incompreensíveis, falam outro português além desses, desses tiques.
-Temos muitas linguagens e erramos, você não é jornalista.
-?
-As pessoas erram muito, senhorita. Conversam com reis como mendigos e com mendigos como reis; mas se fossem reis para reis e mendigos para mendigos seriam mais respeitadas.Você tentou vir por baixo, foi surpreendida, voltou para cima, onde está acostumada, e tentou me ofender, mas não é uma má pessoa, pois se perdeu com as palavras.
-Se isso foi uma bronca, não entedi nada. De novo. Enfim, resume.
-Nunca tire a esperança de alguém sem apresentar outra solução; então a gente se vê.
-Não, é só um atalho, jornalista.
-Como... como sabe?
-Lera minha camiseta, li a sua.
-Nossa.
-Foi pela camiseta, você nem sabe quem sou, apenas o mundo que frequento. Este homem, a subir a rampa trabalha com entregas de refrigerante, a profissão deve ser agradável. Muito prazer.
-Espere aí, vocês falam estranhos, são estranhos. Aposto que não tem uma namorada.
-Você tem uma fazenda?
-O quê?
-Nunca acordou se lamentando por não ter uma fazenda?
-E por que eu iria querer uma?
-Sentiria bem no campo, com animais e plantas.
-Eu tenho outras prioridades.
-Pois é. Eu não lamento por não ter uma fazenda. Mas aguardo, quem sabe um dia eu possa ter uma.
-Achei que tivesse.
-Não, é só a camiseta, ainda não sou rico, sou estudante.
-Mas já tem um carro lá em baixo?
-Não, só sairei pelo estacionamento, jornalista.
-Ainda não disse como sabes.
-Foi pela camiseta; além disso, você pergunta, mas se irrita em responder. Você não se lamenta em não ter fazenda?
-Que diabos você e essa tua suposta fazenda. Vocês complicam demais, por isso não conseguem uma namorada.
-E então?
-Então o quê?
-Vocês disputam de mais. Conseguir, conseguir o que? Não entendo os conflitos pelas coisas que podem ser suas com o devido tempo e devida dedicação; a palavra conquista tem várias feições, não?
-Feições?
-Sim, expressões opostas dependendo de como a consideramos.
-Quer saber o que eu acho? Vocês são incompreensíveis, falam outro português além desses, desses tiques.
-Temos muitas linguagens e erramos, você não é jornalista.
-?
-As pessoas erram muito, senhorita. Conversam com reis como mendigos e com mendigos como reis; mas se fossem reis para reis e mendigos para mendigos seriam mais respeitadas.Você tentou vir por baixo, foi surpreendida, voltou para cima, onde está acostumada, e tentou me ofender, mas não é uma má pessoa, pois se perdeu com as palavras.
-Se isso foi uma bronca, não entedi nada. De novo. Enfim, resume.
-Nunca tire a esperança de alguém sem apresentar outra solução; então a gente se vê.
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